26.4.09

Trouble in Tamil Nadu

Chennai (IANS) PMK leader S. Ramadoss on Sunday described Tamil Tigers supremo V. Prabhakaran as a "freedom fighter" and compared him to former South African president Nelson Mandela, Palestine leader Yasser Arafat and Indian freedom fighter Subash Chandra Bose. (aqui)
O PMK, embora seja um partido regional (Tamil Nadu), não é u
m partido marginal ou extremista. Esteve por diversas vezes aliado ao Congresso e integrou a coligação governamental (UPA) de Manmohan Singh até ao mês passado.

O que leva, então, o supostamente "indiano" e "moderado" PMK a comparar Prabhakaran, o líder dos "tigres" LTTE do Sri Lanka, a Mandela, Arafat e Bose? Mero oportunismo eleitoral, diriam alguns, tendo em conta as eleições que se realizam naquele estado no próximo dia 13. Também o é. Mas se solidariedade com a causa (e método) dos LTTE faz ganhar votos no Tamil Nadu, isso significa que há aqui um problema muito grave para Nova Deli.


No fundo, não é nada de novo. Há décadas que os tâmiles indianos apoiam o movimento separatista e a (agora designada pelos EUA e UE) "organização terrorista" dos seus co-étnicos insulares, LTTE. A situação é agravada por dezenas de milhares de refugiados tâmiles que têm chegado da ilha nos últimos anos, e se encontram em campos ao longo da costa indiana.

O problema é que esta ofensiva final do exército do Sri Lanka contra Prabhakaran coincide com o período eleitoral na Índia. E partidos indianos do Tamil Nadu, como o PMK, e a classe política tâmil-indiana em geral, não hesitam agora em capitalizar o que designam de "genocídio" e a radicalizarem os seus discursos pró-LTTE: ainda no Sábado a carismática Jayalalitha (ADMK, também na oposição) defendeu abertamente o "Tamil Eelam" (independência para os tamiles ceiloneses) como a única solução para o conflito.

Esta radicalização do discurso político no Tamil Nadu a favor do LTTE vem provar (e, no pior dos casos, activar) um latente sentimento de solidariedade que os tâmiles indianos nutrem pelos tâmiles ceiloneses, do outro lado do Estreito de Palk, que separa a Índia do Sri Lanka. Há meses que procuram pressionar o governo de Manmohan Singh a intervir no conflito e a forçar Colombo a um cessar-fogo.

É por isso mesmo que consta que a principal missão do enviado especial de Nova Deli ao Sri Lanka é a de procurar convencer Colombo a adiar a "estocada final" no LTTE até depois de as eleições se realizarem no Tamil Nadu, no próximo dia 13 de Maio.

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