Noutros comentários à imprensa, sublinhei que este espaço de consenso é especialmente visível em dois de três dimensões governamentais. Nos campos da economia e da política externa, tanto o Congresso como o BJP partilham, no geral, as mesmas orientações: aceleração das reformas de mercado, integração na economia global, trocas comerciais para acelerar a integração regional; e aproximação aos Estados Unidos, projecção de poder militar extra-regional, engagement com a China e containment do Paquistão.
A terceira dimensão, social, político-cultural e doméstica, tem sido foco de tensão e diferenças entre ambos os partidos, é verdade. Afinal, o BJP tem uma agenda nacionalista, religiosamente fundamentada. E o Congresso é um partido com DNA socialista, secularista. Mesmo aqui, no entanto, ambos partilham uma missão fundamental: a estabilidade e segurança interna. Nesse sentido, o BJP (um partido de classe média, comerciantes e funcionários públicos), embora refém das alas mais radicais do Sangh Parivar, a familia das organizações nacionalistas hindus, não se distancia assim tanto do Congresso. Ou não teria conseguido cumprir um mandato inteiro (1999-2004), com menos instabilidade e ameaças à segurança interna do que o governo de Singh tem enfrentado, desde então.
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